O acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia, anunciado no último domingo, 27, provocou reações negativas de líderes europeus nesta segunda-feira, 28. As novas tarifas de 15% sobre produtos como carros, vinhos e itens de luxo, que impactam setores-chave da economia europeia, foram alvo de críticas, especialmente do governo francês, que se posicionou contra o pacto. O Conselho Europeu destacou que, no ano passado, os países do bloco negociaram US$ 2 trilhões, e agora se veem em uma posição de desvantagem nas negociações com os EUA.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, expressou sua insatisfação nas redes sociais, afirmando que a Europa se submeteu às exigências do presidente americano, Donald Trump. Bayrou, junto com o presidente Emmanuel Macron, defende que o bloco deveria retaliar as tarifas impostas, considerando que a única saída é demonstrar força por meio de tarifas aos EUA. O ministro francês Benjamin Haddad classificou o acordo como uma "tática predatória", ressaltando que o livre-comércio, que historicamente beneficiou ambos os lados do Atlântico, está sendo ameaçado pela postura americana.
Em contraste, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, manifestou apoio ao acordo, embora sem entusiasmo, e enfatizou a necessidade de diversificação nas relações comerciais, citando o Mercosul como uma alternativa. A associação da indústria alemã VDMA também se posicionou, pedindo que a UE não aceite o acordo como um novo normal e que busque fortalecer sua competitividade e expandir o mercado interno.
Por outro lado, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, considerou o acordo como positivo, alertando para os riscos de uma escalada comercial que poderia ter consequências devastadoras. Meloni destacou a importância de proteger setores mais sensíveis durante as negociações futuras, indicando que ainda há desafios a serem enfrentados no cenário comercial internacional.