Em meio a um clima de forte aversão ao risco no mercado brasileiro, as ações de mineração e siderurgia se destacam com altas significativas. O cenário se agrava após a imposição de tarifas de 50% pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto. Apesar disso, papéis como CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) registraram ganhos entre 2% e 4% nas primeiras horas de negociação desta quinta-feira, 27 de julho.
Analistas da XP destacam que o impacto direto das tarifas sobre o setor é limitado, com a exposição de receita das empresas variando entre 0% e 4%. CSN, CBA e Vale são as mais expostas, embora em níveis considerados baixos. A expectativa de uma nova onda de reformas na China para controlar a oferta de aço e estimular o mercado também contribui para o otimismo, especialmente com o minério de ferro alcançando máximas de vários meses nas bolsas internacionais.
Os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiram 3,67%, atingindo 763,5 iuanes (US$106,39) a tonelada, enquanto a Bolsa de Cingapura registrou alta de 3,41%, alcançando US$99,35 a tonelada. Esse movimento é impulsionado pela expectativa de estímulos econômicos na China, maior consumidor de minério de ferro, o que favorece o sentimento do mercado.
Embora o cenário seja desafiador, com o dólar superando os R$ 5,60 e a percepção de risco elevada, a valorização da moeda americana pode ter um efeito positivo sobre o setor de mineração e siderurgia. A situação continua a ser monitorada, uma vez que os efeitos das tarifas sobre o real e a economia brasileira são incertos.