As ações da Camil (CAML3) enfrentaram uma queda significativa de 4,90% nesta quarta-feira (16), cotadas a R$ 5,05, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25). O desempenho financeiro da empresa foi avaliado pelo Santander, que destacou que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) caiu 6% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 233 milhões, com uma margem EBITDA estável em 8,7%. No entanto, houve uma redução de 90 pontos-base na comparação trimestral.
O Santander identificou como principais fatores negativos a queda de 27% nos preços do arroz no Brasil e um cenário desafiador para o mercado de açúcar, que impactou o segmento de Alto Giro. Apesar da Camil ter conseguido repassar um aumento de 123% nos preços do café no segmento de Alto Valor, a empresa enfrentou recuo nos volumes. O EBITDA no Brasil foi de R$ 163 milhões, representando uma queda de 12% em base anual, mas alinhado com as expectativas do banco.
O desempenho internacional da Camil, por outro lado, foi positivo, com uma margem EBITDA sólida de 9,3%, impulsionada por um aumento de 24% no volume vendido em comparação anual, mesmo com a queda nos preços do arroz nos principais mercados. Contudo, a alavancagem da companhia aumentou para 4,1 vezes dívida líquida/EBITDA, preocupando analistas, que ressaltam a necessidade de amortização de R$ 2,4 bilhões em dívidas até maio de 2026. O cenário futuro permanece desafiador, com a expectativa de que a alavancagem se mantenha acima do limite contratual de 4,0 vezes até o fim do exercício fiscal de 2025.