As ações de empresas e bancos brasileiros listados nos Estados Unidos apresentaram queda nas negociações pré-abertura desta quinta-feira, 1º de agosto, após a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que visa aumentar a pressão econômica sobre o Brasil, ocorreu em um contexto de crescente tensão entre os dois países.
Indicadores de volatilidade cambial atingiram seus níveis mais altos desde abril, refletindo a reação do mercado à decisão de Trump. Na quarta-feira, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subiu mais de 2% em relação ao real. Antes da abertura do mercado, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) caíam 2,7%, enquanto o Santander (SANB11) recuava 2,4% e a Petrobras (PETR4) apresentava uma queda de quase 1%.
Graham Stock, da RBC BlueBay Asset Management, comentou que a justificativa de Trump para a tarifa está relacionada a queixas sobre o tratamento recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sob investigação. Apesar da gravidade da situação, Stock destacou que as implicações econômicas diretas são limitadas, uma vez que apenas 10% das exportações brasileiras destinam-se aos EUA.
A decisão de Trump segue uma ameaça anterior de impor uma tarifa adicional de 10% sobre os países do Brics, que ele classificou como “antiamericanos”. As novas tarifas podem impactar significativamente os preços de alimentos nos EUA, dado que o Brasil é responsável por cerca de um terço do café e mais da metade do suco de laranja consumidos no país.