Durante o período de férias, o mergulho em águas rasas, comum em rios e cachoeiras, tem gerado preocupações devido ao aumento de acidentes que resultam em lesões graves na coluna cervical. Especialistas alertam que esses incidentes, frequentemente associados à imprudência e ao consumo de álcool, podem levar à perda de movimentos e até ao óbito. A médica ortopedista Luna Mangueira, do Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz, destaca que a maioria dos acidentes ocorre em locais com profundidade desconhecida, onde o impacto pode causar fraturas e lesões medulares severas.
O hospital, referência em traumas raquimedulares, possui uma equipe especializada que realiza avaliações rápidas e precisas para determinar a gravidade das lesões. O coordenador do Serviço de Cirurgia da Coluna, André Luiz Cardoso, explica que o protocolo ATLS é utilizado para triagem inicial, seguido de exames físicos e de imagem. Em casos graves, pode ser necessário o uso de dispositivos como o halo craniano para realinhar a coluna e reduzir a compressão sobre a medula.
Após a cirurgia, os pacientes são monitorados em UTI e, quando estabilizados, seguem para reabilitação em unidades especializadas. Mangueira ressalta que, mesmo em situações críticas, o acompanhamento adequado pode levar a avanços significativos na recuperação. Ela alerta a população sobre a necessidade de cuidados redobrados durante os meses quentes, já que muitos acidentes ocorrem sob efeito de álcool, e enfatiza a importância de conscientização sobre os riscos do mergulho imprudente.