A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) manifestou otimismo em relação à possibilidade de reversão da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A declaração foi feita em meio a preocupações do setor, especialmente do Instituto Aço Brasil, que teme que o clima de tensão política entre Brasil e EUA possa prejudicar negociações em andamento para isentar o Brasil de tarifas específicas sobre aço.
José Velloso, presidente executivo da Abimaq, argumentou que a implementação da tarifa representaria um obstáculo significativo ao comércio bilateral, o que não seria uma estratégia viável na atual guerra comercial entre os EUA e a China. Ele acredita que as partes devem buscar um acordo, ressaltando que a aplicação de uma tarifa de 50% seria equivalente a proibir negócios com o Brasil, forçando o país a retaliar.
Os Estados Unidos são o principal mercado para as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, que totalizaram US$ 3,5 bilhões no ano passado. Em contrapartida, o Brasil importou US$ 4,7 bilhões em máquinas dos EUA. A Abimaq destacou que não há justificativa para a imposição de tarifas adicionais, considerando que o comércio entre os países é vantajoso para os americanos, com um déficit comercial de mais de US$ 88 bilhões para o Brasil nos últimos 16 anos.
Velloso também alertou que a tarifa pode beneficiar a competitividade dos produtos chineses no mercado americano, contradizendo a intenção do presidente Trump de reduzir o déficit comercial com a China. Ele enfatizou que a medida não faz sentido dentro do contexto econômico atual.