O abade do Templo Shaolin, Shi Yongxin, conhecido como 'Monge CEO', foi destituído de seu cargo após uma investigação que revelou desvios de fundos e comportamentos inapropriados. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (28) pela Associação Budista da China, que também cancelou seu certificado de ordenação. O templo, fundado em 495 d.C. e considerado o berço do kung fu, está sob investigação conjunta de várias autoridades chinesas.
Shi Yongxin, que assumiu a liderança do templo em 1999, é acusado de desviar recursos destinados a projetos do mosteiro e de manter relações inadequadas com diversas mulheres, resultando em filhos ilegítimos. A associação budista afirmou que as ações do abade prejudicaram a reputação da comunidade e a imagem dos monges, expressando apoio a medidas legais contra ele.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, com uma palavra-chave relacionada ao escândalo acumulando mais de 560 milhões de visualizações no Weibo. Shi Yongxin, que também foi vice-presidente da associação budista e membro da Assembleia Nacional Popular, é criticado por seu estilo de vida luxuoso e pela fundação de empresas fora do país, o que levantou questionamentos sobre a comercialização do templo.
O Templo Shaolin, localizado nas montanhas de Henan, é um ícone cultural e espiritual da China, e a destituição de seu abade marca um momento significativo na história da instituição, que busca restaurar sua imagem e valores tradicionais.