Em julho de 1575, a rainha Elizabeth I, então com 41 anos, chegou ao Castelo de Kenilworth, em Warwickshire, Reino Unido, para sua mais longa e última visita ao local. O castelo, que foi presenteado a Robert Dudley em 1563, passou por reformas significativas antes da chegada da monarca, incluindo novos edifícios e um jardim elaborado, com o objetivo de impressioná-la. Dudley, amigo de infância da rainha e seu favorito, organizou uma série de festividades luxuosas, incluindo música, dança e apresentações dramáticas.
No entanto, o ponto alto da visita, uma apresentação teatral marcada para o dia 20 de julho, nunca ocorreu. A versão oficial atribuiu o cancelamento a mau tempo, mas especulações sugerem que Elizabeth pode ter se irritado com o tema da peça, que envolvia a deusa Diana e uma mensagem implícita sobre casamento. A extravagância dos festejos, que incluía uma ilha flutuante e figuras mitológicas, foi interpretada como uma tentativa de Dudley de cortejar a rainha, em um momento em que a pressão para que ela se casasse era intensa.
Elizabeth I, filha de Henrique VIII, foi a única rainha inglesa a nunca se casar, governando de 1558 até sua morte em 1603. Sua recusa em se unir a um consorte era vista como um ato radical de autonomia, em um período em que a expectativa era que uma mulher no poder deveria garantir a continuidade da dinastia. A visita ao Castelo de Kenilworth, que se tornou um marco na história da monarquia inglesa, reflete as complexidades do papel das mulheres no poder e as pressões sociais da época.