A relação dos brasileiros com o mercado financeiro passa por uma transformação significativa, impulsionada pela digitalização e pela influência de novos agentes. Historicamente, a confiança dos investidores estava atrelada a gerentes de bancos, mas a ascensão de plataformas digitais como a XP, que já acumula R$ 1,3 trilhão em ativos sob custódia, tem mudado essa dinâmica. Com mais de 18 mil agentes autônomos de investimentos, esses profissionais, muitos ex-bancários, oferecem alternativas às promessas de rentabilidade dos bancos tradicionais.
Além disso, a presença de influenciadores financeiros nas redes sociais tem se mostrado crucial na educação financeira dos brasileiros. Um estudo da B3 revela que 75% dos investidores iniciantes consideram conteúdos de influenciadores ao dar os primeiros passos no mercado. Nos Estados Unidos, 37% da Geração Z utiliza influenciadores como fonte de aprendizado financeiro, refletindo uma tendência global.
Agora, a inteligência artificial (IA) surge como uma nova voz nesse cenário. De acordo com o Retail Investor Survey 2025 da Betterment, 53% dos investidores utilizam IA generativa mensalmente para pesquisa de ativos, embora 65% ainda prefiram a supervisão humana nas decisões financeiras. Essa interação entre bancos, influenciadores e IA pode resultar em um sistema mais transparente e eficiente, desde que os riscos associados, como os ataques de deepfake, sejam geridos adequadamente.
Com a crescente aceitação de robôs e algoritmos na gestão de investimentos, reguladores em todo o mundo, incluindo a União Europeia e o Brasil, estão se mobilizando para estabelecer diretrizes que garantam a segurança e a transparência nesse novo ecossistema financeiro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira, por exemplo, propôs uma autorregulação para que influenciadores revelem vínculos com instituições financeiras, buscando proteger os investidores em um ambiente cada vez mais complexo.