Na transição entre as décadas de 1980 e 1990, o Brasil experimentou uma transformação social significativa, marcada pelo fim da ditadura militar e pela busca de novas identidades. Este período foi caracterizado por uma crescente influência cultural dos Estados Unidos, que se consolidou após a Segunda Guerra Mundial, quando o governo Roosevelt implementou a Política da Boa Vizinhança para evitar a aproximação de países latino-americanos com potências do Eixo. A presença de Hollywood e personagens como Zé Carioca contribuíram para a construção de uma imagem positiva do Brasil no exterior.
Nos anos 1950, a urbanização e o consumo de produtos culturais americanos se intensificaram, com a música, o cinema e a língua inglesa se tornando referências para a juventude brasileira. Durante a ditadura militar, o alinhamento do Brasil aos EUA no contexto da Guerra Fria ampliou ainda mais essa influência, culminando na Operação Brother Sam em 1964, que visava apoiar o golpe que depôs o presidente João Goulart. Essa operação permaneceu em segredo por 13 anos, revelando a profundidade da intervenção americana na política brasileira.
Com a queda da União Soviética nos anos 1990, a globalização promovida pelos Estados Unidos se consolidou, com a disseminação de franquias de TV e moda. A percepção de que tudo que era bom e inovador vinha de fora se enraizou na sociedade brasileira, refletindo um complexo de inferioridade que permeou a elite do país. O ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua retórica, evocou esse idealismo ao buscar apoio dos EUA, revelando uma face antibrasileira em meio a investigações sobre tentativas de golpe e manobras obscuras.
A atual conjuntura política levanta questionamentos sobre o futuro dos candidatos à presidência e a relação com o legado de Bolsonaro. Empresários já demonstram interesse em se distanciar do ex-presidente, evidenciando a necessidade de uma reflexão crítica sobre a soberania e a democracia no Brasil.