No dia 6 de agosto de 1945, o mundo presenciou um dos eventos mais devastadores da história contemporânea: o lançamento da primeira bomba atômica, conhecida como Little Boy, sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Três dias depois, em 9 de agosto, a segunda bomba, Fat Man, foi lançada em Nagasaki. Esses ataques não apenas marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial, mas também deram início à era nuclear, levantando questões éticas sobre o uso da tecnologia bélica.
Para entender o contexto científico e histórico que levou a esses ataques, o Jornal Opção entrevistou especialistas em 2023, incluindo Solemar Oliveira, doutor em Física pela USP, e Lauriane Santin, doutora em Física Atômica e Molecular pela UnB. Eles discutiram desde as primeiras descobertas sobre partículas subatômicas até a explosão que devastou Hiroshima, ressaltando a importância da descoberta do nêutron em 1932 pelo físico britânico James Chadwick.
Oliveira explicou que a descoberta do nêutron foi crucial para o entendimento da estrutura atômica e possibilitou experimentos que culminaram na fissão nuclear, um processo que libera grandes quantidades de energia. O primeiro experimento bem-sucedido de fissão do urânio ocorreu em 1938, realizado pelos químicos Otto Hahn e Fritz Strassmann, com a explicação do fenômeno dada por Lise Meitner e Otto Frisch. O desenvolvimento da bomba atômica foi formalizado com o Projeto Manhattan, liderado pelos Estados Unidos, culminando no primeiro teste nuclear, batizado de Trinity, em 16 de julho de 1945, no Novo México.