Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada em parceria com a Offerwise Pesquisas, revelou que 29% dos consumidores brasileiros recorrem ao nome de amigos e familiares para realizar compras com cartão de crédito, crediário, empréstimos ou financiamentos. O estudo, que analisou as transações dos últimos 12 meses, alerta para os riscos de endividamento associados a essa prática.
O caso de Thamy Leão, uma executiva de contas que ficou com o nome inscrito no cadastro de inadimplentes por três anos, ilustra os perigos envolvidos. Thamy emprestou seu cartão de crédito a uma amiga que estava com o limite estourado, mas acabou arcando com a dívida após atrasos nas parcelas. A pesquisa indica que a principal justificativa para o uso do nome de terceiros é a falta de acesso ao crédito, com 24% dos entrevistados citando essa razão, seguida por problemas com limites de cartão e cheques especiais.
Os dados também mostram que as pessoas mais procuradas para emprestar o nome são cônjuges (26%), irmãos (18%) e pais (18%). Os motivos mais comuns para esse pedido incluem a necessidade de comprar alimentos (25%), pagar dívidas (18%) e adquirir presentes (15%). Apesar de 84% dos consumidores que usam o nome de terceiros afirmarem que estão quitando as parcelas em dia, seis em cada dez não estariam dispostos a retribuir o favor, o que pode gerar tensões nas relações pessoais.
O presidente da CNDL, José César da Costa, ressalta a importância de buscar alternativas menos arriscadas e de aprender a recusar pedidos que possam comprometer a saúde financeira e as relações sociais. Ele alerta que as consequências do empréstimo de nome podem ser severas, tanto financeiramente quanto em termos de vínculos pessoais, uma vez que quem empresta o nome assume o risco de pagamento junto à instituição financeira.