Na noite de quinta-feira, 10 de julho de 2025, cerca de 15.000 manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, em uma mobilização organizada por movimentos sociais das frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, além do Partido dos Trabalhadores (PT) e do deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). O ato, intitulado "Congresso Inimigo do Povo", visa pressionar a Câmara dos Deputados e o Senado a aprovarem a reforma do Imposto de Renda proposta pelo governo e a redução da jornada de trabalho.
A manifestação ganhou força após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira, 9 de julho, sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a soberania do Brasil, gerando repercussão nas redes sociais, onde o termo "respeita o Brasil" se tornou um dos mais comentados. Cartazes na Paulista também retrataram Trump como "inimigo do povo".
Esse ato se soma a uma série de manifestações anteriores, incluindo uma em 30 de março, que reuniu 6.600 pessoas contra a anistia dos envolvidos nas invasões das sedes dos três Poderes em janeiro de 2023. Em contraste, eventos de grupos de direita, como o liderado por Jair Bolsonaro, também têm atraído grandes públicos, com uma manifestação em 29 de junho que contou com 12.400 participantes, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP.
A contagem de público foi realizada pelo grupo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, utilizando o software chinês "Point to Point Network", que estima a quantidade de pessoas em eventos a partir de imagens aéreas capturadas por drones. O método apresenta uma precisão de 72,9% e um erro percentual médio de 12% para eventos com mais de 500 pessoas.