Analistas políticos da XP Investimentos identificaram que o fim das isenções fiscais para produtos financeiros como LCI, LCA, CRI, CRA, Fiagro e fundos imobiliários é o principal ponto de conflito entre o governo federal e o Congresso Nacional. Segundo Paulo Gama, especialista da XP, esses ativos estão vinculados a setores com forte representação parlamentar, como agronegócio e mercado imobiliário.
Gama destacou que a Frente Parlamentar da Agropecuária, uma das mais influentes do Legislativo, já obteve vitórias em disputas anteriores com o Executivo. Durante a reforma do Imposto de Renda, o governo optou por não contestar a manutenção das isenções para esses produtos, que permaneceram fora da tributação mínima efetiva sobre renda.
A analista Bárbara Baião complementou que há intensa movimentação dos setores afetados para pressionar parlamentares. A resistência do Congresso à proposta governamental reflete o poder de articulação dessas frentes, que buscam preservar benefícios fiscais estratégicos para seus segmentos.