No dia 25 de maio, a Venezuela viveu um marco de resistência civil quando mais de 85% do eleitorado se recusou a participar das eleições parlamentares e para governadores, convocadas antecipadamente pelo governo. Consideradas ilegítimas por violações às leis eleitorais, incluindo exclusão de partidos de oposição e falta de transparência, as eleições foram amplamente ignoradas pela população, resultando na maior taxa de abstenção já registrada no país. O ato foi interpretado como uma rejeição massiva ao cenário político atual e uma reafirmação do resultado das eleições presidenciais de julho de 2024, quando a oposição alegou vitória.
O processo eleitoral foi marcado por denúncias de manipulação, como a criação de circunscrições inconstitucionais e a perseguição a críticos do regime. Mesmo sob ameaças de retaliação, como a suspensão de benefícios sociais, os cidadãos optaram por não legitimar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo, não divulgou resultados detalhados nem as atas originais, levantando dúvidas sobre a credibilidade do processo.
Analistas apontam que o evento reforça a crescente fragilidade do governo, que enfrenta uma série de derrotas políticas e divisões internas. A comunidade internacional tem pressionado por mudanças, com sanções direcionadas a estruturas repressivas. A mobilização popular e o isolamento do regime sugerem um cenário de transição, embora a violência e a instabilidade permaneçam como desafios críticos para o futuro do país.