A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fez história ao conceder, pela primeira vez, o título de Doutor Honoris Causa a um indígena. Antônio Celestino da Silva, de 87 anos, da etnia Xukuru-Kariri, foi reconhecido por sua trajetória como referência nas lutas das organizações indigenistas no Brasil. Natural de Palmeira dos Índios, ele foi um dos articuladores das primeiras assembleias entre povos indígenas de Alagoas, Sergipe e Pernambuco nos anos 1980.
A honraria foi proposta pelo Conselho do Campus do Sertão e aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni). Antônio Celestino já havia sido declarado Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas em 2017, reforçando seu legado na preservação cultural e na defesa dos direitos indígenas. A cerimônia ocorreu no Auditório Graciliano Ramos, no Campus do Sertão da Ufal, em Delmiro Gouveia.
A concessão do título marca um avanço no reconhecimento acadêmico das contribuições dos povos originários. A iniciativa destaca a importância de valorizar lideranças que dedicaram suas vidas à resistência e à organização das comunidades indígenas, inspirando futuras gerações. A Ufal reforça, assim, seu compromisso com a diversidade e a inclusão no ambiente universitário.