O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou neste sábado uma carta formal ao Congresso americano detalhando os ataques a instalações vinculadas ao Irã, conforme informou a Casa Branca neste domingo. Na comunicação, Trump afirmou que a ofensiva foi “limitada em escopo e propósito”, sem envolver tropas terrestres ou atingir diretamente bases militares iranianas. A ação, segundo o presidente, foi cuidadosamente planejada para evitar baixas civis, conter futuras agressões e reduzir o risco de uma escalada regional. A carta surge em meio a críticas de parlamentares que questionam a legalidade da operação sem autorização prévia do Congresso, reacendendo o debate sobre os poderes de guerra do Executivo americano.
De acordo com Trump, a decisão de agir militarmente foi tomada com base em sua obrigação constitucional de proteger cidadãos norte-americanos, tanto no território nacional quanto no exterior. O presidente defendeu que a ofensiva foi “necessária e proporcional”, alinhada ao direito internacional e às normas de autodefesa. A ausência de consulta prévia ao Congresso tem gerado tensões entre a Casa Branca e líderes democratas, que acusam o governo de marginalizar o Legislativo em decisões críticas de segurança nacional. Especialistas em direito constitucional também questionam se a ação viola a War Powers Resolution de 1973, que limita as atribuições unilaterais do presidente em operações militares. Apesar das críticas, o governo sustenta que reagiu a ameaças iminentes e que novas medidas poderão ser adotadas se a segurança dos EUA continuar em risco.
A carta presidencial sinaliza uma estratégia mais contida, embora aberta a futuras ações, ampliando as incertezas no já volátil cenário do Oriente Médio. Analistas apontam que a retórica de Trump busca equilibrar firmeza com cautela, especialmente em ano eleitoral, quando a política externa se torna tema sensível. Ao mesmo tempo, a resposta do Congresso pode definir os limites do poder executivo em futuras intervenções. A expectativa é que parlamentares exijam maior transparência e supervisão sobre decisões militares, reforçando o sistema de freios e contrapesos. O episódio reforça o dilema americano: como responder a ameaças estrangeiras sem comprometer a legitimidade democrática das ações armadas.