O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (23) um cessar-fogo entre Israel e Irã, após uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. De acordo com a Casa Branca, o entendimento prevê a suspensão de ataques por parte de Israel, desde que o Irã não realize novas ofensivas. A declaração foi feita poucas horas depois de um ataque iraniano a uma base americana no Catar. Apesar do anúncio, o chanceler iraniano negou oficialmente a existência de qualquer acordo. A divergência entre as versões reforça a incerteza sobre os próximos desdobramentos do conflito no Oriente Médio.
Segundo um alto funcionário da Casa Branca ouvido pela agência Reuters, o cessar-fogo foi articulado por meio de canais diplomáticos diretos e indiretos com Teerã, envolvendo o vice-presidente americano J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff. A proposta também teria sido discutida com o emir do Catar, país que exerce papel relevante como mediador regional. Especialistas apontam que a iniciativa busca evitar uma escalada militar que poderia arrastar os EUA para um confronto direto. No entanto, a negativa iraniana levanta dúvidas sobre a efetividade do pacto, enquanto autoridades israelenses evitam comentar publicamente. A situação expõe as tensões diplomáticas e a fragilidade de acordos informais em zonas de conflito.
Com o Irã rejeitando a existência do cessar-fogo, analistas temem que a trégua não passe de um intervalo tático. A ausência de um documento formal e a volatilidade das relações entre os países envolvidos dificultam previsões mais otimistas. Caso se confirme o fracasso do acordo, os Estados Unidos poderão enfrentar maior pressão internacional para conter a escalada. A conjuntura também reflete o papel central de Washington nas negociações de paz no Oriente Médio, mesmo em meio a críticas sobre seu alinhamento com Israel. A comunidade internacional observa com cautela, enquanto cresce o debate sobre a necessidade de um mecanismo multilateral mais robusto para mediar conflitos na região.