O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (data local) que Irã e Israel concordaram com um plano “completo e total” de cessar-fogo, após semanas de escalada militar entre os dois países. A declaração foi feita por meio da plataforma Truth Social, onde Trump agradeceu pessoalmente ao primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, por sua intermediação nas negociações. Segundo o presidente, a confirmação do Irã foi obtida após garantias catarianas de que Israel também teria aceitado o plano. A trégua surge horas depois de um ataque iraniano a uma base americana no Catar, que, de acordo com Trump, não deixou mortos nem feridos. A iniciativa representa uma rara convergência diplomática no Oriente Médio e abre espaço para novos desdobramentos regionais.
Segundo fontes próximas às negociações, o Catar teria servido como canal de comunicação entre Teerã e Washington, transmitindo à Casa Branca a disposição do Irã em encerrar os ataques após o incidente com a base americana. Em resposta, os EUA se comprometeram a não retaliar, criando as condições para a formalização de um cessar-fogo. Embora Trump tenha afirmado que Israel também está de acordo, o governo israelense ainda não confirmou oficialmente sua adesão ao pacto. Analistas apontam que a mediação catariana reflete um reposicionamento geopolítico da pequena monarquia do Golfo, historicamente próxima de Teerã, mas também aliada estratégica de Washington. A suspensão das hostilidades pode aliviar tensões em uma região marcada por alianças voláteis e confrontos frequentes.
Especialistas alertam, no entanto, que o sucesso da trégua dependerá da implementação prática do acordo e da disposição das partes em manter o diálogo. A ausência de uma declaração oficial de Israel levanta dúvidas sobre a real abrangência do cessar-fogo, enquanto setores mais conservadores em Teerã podem reagir negativamente à percepção de concessões. Ainda assim, a rápida contenção do conflito indica uma possível mudança de tom nos bastidores diplomáticos do Oriente Médio. Se mantido, o acordo poderá influenciar negociações mais amplas sobre segurança regional, além de impactar diretamente os cálculos eleitorais de Trump, que busca reforçar sua imagem de pacificador internacional em meio à campanha presidencial de 2024.