Um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica revelou que o medicamento experimental vepdegestrant, desenvolvido pela Pfizer e Arvinas, retardou a progressão do câncer de mama em pacientes com mutações ESR1. Em comparação com o Faslodex da AstraZeneca, o novo tratamento aumentou a sobrevida sem progressão da doença em cinco meses para esse grupo específico, enquanto o medicamento já existente alcançou cerca de dois meses. Os resultados, publicados no The New England Journal of Medicine, reforçam a potencial vantagem do vepdegestrant em casos selecionados.
A pesquisa, que incluiu 624 pacientes com um tipo de câncer de mama responsável por quase 70% dos casos, também mostrou que, em um grupo mais amplo, o vepdegestrant prolongou a sobrevida em 3,8 meses, contra 3,6 meses do Faslodex. Além da eficácia, o tratamento experimental oferece a conveniência de ser administrado por via oral, diferentemente do Faslodex, que requer injeção intramuscular. Erika Hamilton, uma das autoras do estudo, destacou que o medicamento da AstraZeneca enfrenta desafios diante das novas opções terapêuticas.
O vepdegestrant pertence a uma nova classe de medicamentos chamada degradadores PROTAC ER, que atuam degradando proteínas ligadas ao crescimento tumoral. Analistas projetam que o tratamento pode gerar até US$ 576 milhões em vendas até 2032. No entanto, a Arvinas decidiu não avançar com outros dois estudos planejados para a fase final do medicamento. O câncer de mama representa um terço dos novos casos de câncer em mulheres nos EUA, segundo a American Cancer Society, destacando a importância de terapias inovadoras.