Em Manaus, o trabalho de catadores de materiais recicláveis tem transformado vidas e contribuído para a preservação ambiental. Cacilda Soares Viana, que começou coletando latinhas em um lixão, hoje preside a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (Ascarman), organização que melhorou não apenas sua renda, mas também sua autoestima e independência. Sua trajetória inspirou até mesmo sua filha, Andreia, que superou dificuldades, formou-se em letras e hoje ajuda a gerenciar a associação, destacando o papel da reciclagem como ferramenta de empoderamento e inclusão social.
A Ascarman, que reúne oito colaboradores, tornou-se um modelo de economia circular, evitando que resíduos poluam rios e igarapés da Amazônia. Agora, uma parceria com a Plastic Bank e a Lord promete aumentar a renda dos catadores em até 30%, por meio de um sistema de bônus por quilo de plástico coletado. O projeto, que utiliza blockchain para garantir transparência, também inclui iniciativas de capacitação e inclusão digital, reforçando o impacto social e ambiental do trabalho desses profissionais.
Enquanto o Brasil se prepara para sediar a COP30, a gestão adequada de resíduos ganha urgência. Em Manaus, onde mais de 2,3 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente, ecobarreiras já reduziram em mais de 50% o volume de resíduos no Rio Negro. No entanto, apenas 15% do material descartado é de fato lixo irreutilizável, destacando o potencial da reciclagem para reduzir danos ambientais e gerar oportunidades econômicas para comunidades vulneráveis.