No último sábado, um acidente com um balão de ar quente em Praia Grande, Santa Catarina, resultou na morte de oito pessoas e deixou outras 13 feridas, conforme informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O piloto, Elves de Bem Crescêncio, não possuía licença válida para realizar voos comerciais, fato que agravou a situação trágica. O nome de Crescêncio não consta entre os profissionais habilitados com a licença PBL (Piloto de Balão Livre), necessária mesmo para voos desportivos. Este incidente, uma das maiores tragédias do tipo no Brasil, levanta questões sobre a regulamentação e fiscalização de atividades de balonismo no país.
A falta de licença adequada e a ausência de certificação do balão utilizado são apontados pela Anac como fatores agravantes no acidente. Segundo a agência, nenhum balão no Brasil atualmente possui autorização para voos comerciais, o que destaca um vácuo regulatório significativo. O sistema da Anac apenas reconhece a validade do Certificado Médico Aeronáutico de Crescêncio, que, embora válido até 2026, não substitui a licença de piloto. Especialistas em aviação e segurança alertam para as consequências dessa falha de fiscalização, que pode comprometer a segurança de atividades turísticas em todo o país.
Diante da tragédia, as implicações futuras são preocupantes, com a necessidade urgente de revisão das normas e fiscalização mais rigorosa das atividades aéreas recreativas. O incidente expõe um problema maior de gestão e controle, que pode afetar o crescimento do turismo de aventura no Brasil se não for tratado adequadamente. Autoridades do setor e legisladores já discutem a implementação de novas políticas para garantir maior segurança e prevenir acidentes semelhantes. Esta situação serve como um alerta para a importância de um sistema regulatório eficaz e para o papel crítico da fiscalização na proteção da vida humana.