Dijane Clemente, 58 anos, empregada doméstica há duas décadas, enfrenta diariamente seis conduções para ir e voltar do trabalho em São Paulo. Mesmo com carteira assinada, seu salário é insuficiente, obrigando-a a complementar a renda com diárias para sustentar a casa onde mora com sua filha de 18 anos.
A realidade de Dijane reflete a de milhões: estudo do Ministério do Desenvolvimento Social revela que 70% das 6 milhões de trabalhadoras domésticas do país sofrem de cansaço crônico, sendo 57,1% chefes de família. A pesquisa destaca a sobrecarga física e financeira desse grupo predominantemente feminino.
Dados do IBGE mostram que 64,5% das profissionais recebem menos de um salário mínimo, cenário agravado pela falta de políticas efetivas. Especialistas apontam que a desvalorização histórica da categoria persiste, mesmo após a regulamentação dos direitos trabalhistas em 2015.