Uma nova abordagem com a terapia CAR-T Cell demonstrou resultados promissores no tratamento do glioblastoma, o tipo mais agressivo de câncer cerebral. Em testes iniciais realizados pelo Centro de Câncer Abramson da Universidade da Pensilvânia, a terapia reduziu o tamanho dos tumores em 62% dos participantes, embora não tenha levado à cura. O estudo, financiado pela farmacêutica Gilead e publicado na revista *Nature Medicine*, representa um avanço significativo para uma doença cuja sobrevida média é inferior a um ano.
A estratégia inovadora envolve modificar geneticamente células T do sistema imunológico do paciente para atacar duas proteínas presentes no glioblastoma, além de administrar a terapia diretamente no líquido cerebrospinal. Dos 18 pacientes com recorrência da doença, oito tiveram redução tumoral após a cirurgia e a infusão do tratamento. Dois participantes permaneceram com a doença estável por mais de seis meses, e três sobreviveram além de um ano, incluindo um caso em que o tumor não progrediu por 16 meses.
Apesar dos resultados animadores, os tumores voltaram a crescer após um a três meses na maioria dos casos. Os pesquisadores planejam testar doses adicionais e expandir os estudos para pacientes recém-diagnosticados, na esperança de aumentar a eficácia do tratamento. A terapia CAR-T Cell já é aprovada para alguns tipos de leucemia e linfoma, mas seu uso em tumores sólidos, como o glioblastoma, ainda está em fase experimental.