A curva de juros brasileira apresentou movimento de inclinação nesta segunda-feira, com as taxas de longo prazo em alta, influenciadas pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries nos EUA e pela cautela em relação às discussões fiscais em Brasília. Enquanto os contratos mais curtos ficaram próximos da estabilidade, os vencimentos a partir de janeiro de 2027 registraram elevações, refletindo o receio do mercado com as incertezas sobre políticas comerciais globais e medidas tributárias locais. O dólar recuou ante o real, mas não foi suficiente para conter a pressão ascendente nas taxas.
As declarações recentes do governo dos EUA sobre possíveis aumentos de tarifas para aço e alumínio intensificaram a volatilidade nos mercados internacionais, afetando também os ativos brasileiros. No plano doméstico, as discussões sobre ajustes no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e medidas fiscais estruturais mantiveram os investidores em alerta. O ministro da Fazenda afirmou que busca resolver a questão ainda nesta semana, enquanto líderes do Congresso demonstraram abertura para debater reformas mais profundas, além de soluções temporárias.
O mercado segue majoritariamente apostando na manutenção da taxa Selic em 14,75% na próxima reunião do Banco Central, com probabilidade de 88% precificada na curva. No entanto, as projeções para o longo prazo permanecem sensíveis a fatores externos e à evolução do cenário fiscal. Enquanto isso, no exterior, o rendimento do Treasury de dez anos subiu, reforçando o movimento de alta nos juros brasileiros em prazos mais distantes.