O presidente da Stellantis para a América do Sul afirmou que, apesar do crescimento dos SUVs no mercado brasileiro, os hatches compactos ainda têm espaço e a demanda por utilitários não representa uma “tendência radical”. Em entrevista exclusiva, ele destacou que a lucratividade das montadoras não está diretamente ligada ao tipo de carroceria, mas sim a fatores como escala de produção, tecnologias incorporadas e demanda do consumidor. Dados mostram que os SUVs já representam 53% das vendas de veículos novos no Brasil, impulsionados por lançamentos com preços mais competitivos.
O executivo também comentou sobre os desafios do setor automotivo, incluindo o aumento dos custos de produção e a necessidade de incorporar tecnologias que atendam às regulamentações brasileiras. Segundo ele, a indústria e o governo devem trabalhar em conjunto para viabilizar carros mais acessíveis, já que requisitos como sistemas de segurança e redução de emissões elevam os preços. A Stellantis anunciou investimentos bilionários no Brasil, focando em plataformas flexíveis que permitam a produção de veículos com diferentes tecnologias, incluindo híbridos e elétricos.
Além disso, o executivo abordou a situação das marcas Citroën e Peugeot, que enfrentam dificuldades no mercado brasileiro devido à falta de lançamentos recentes e à percepção histórica dos consumidores. Ele acredita que novos modelos, como o Peugeot 208 e o Citroën Basalt, podem ajudar a reverter esse cenário, destacando que as marcas francesas compartilham tecnologias com outras do grupo Stellantis, como Fiat e Jeep. A previsibilidade do mercado brasileiro, impulsionada por programas governamentais como o Mover, foi apontada como um fator essencial para os investimentos da empresa no país.