O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta segunda-feira a fase de depoimentos das testemunhas no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ao todo, 52 pessoas foram ouvidas, incluindo ex-comandantes das Forças Armadas e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Segundo avaliação de integrantes da Corte, os testemunhos da acusação reforçaram as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto as testemunhas da defesa não trouxeram elementos novos ao caso.
Entre os depoimentos mais relevantes estão os dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior. Freire Gomes confirmou reuniões no Palácio do Alvorada para discutir medidas como estado de sítio após as eleições de 2022, mas negou ter ameaçado o ex-presidente Jair Bolsonaro com prisão, versão contestada por Baptista Júnior. O ex-comandante da Aeronáutica também afirmou que o então chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, teria colocado as tropas “à disposição” de Bolsonaro.
O governador Tarcísio de Freitas, testemunha da defesa, afirmou que Bolsonaro nunca mencionou qualquer tentativa de golpe. O momento de maior tensão ocorreu durante o depoimento do ex-ministro Aldo Rebelo, que recebeu uma advertência do ministro Alexandre de Moraes por discutir a interpretação de falas atribuídas a Garnier Santos. Com a conclusão desta fase, o STF dará início aos interrogatórios dos réus, começando pelo tenente-coronel Mauro Cid na próxima segunda-feira (9).