Antonio Filosa, recém-empossado como CEO global da Stellantis, anunciou nesta segunda-feira (23.jun.2025), em Amsterdã, uma ampla reestruturação da equipe executiva da montadora. A iniciativa visa reforçar a governança regional e otimizar as responsabilidades entre as lideranças. A mudança marca o primeiro ato de Filosa no comando da empresa, mantendo sob sua responsabilidade a América do Norte e as marcas dos EUA. Entre as principais alterações, Doug Ostermann passa a liderar fusões, aquisições e joint ventures, enquanto outros executivos assumem posições-chave em divisões estratégicas. A reformulação sinaliza uma nova fase de gestão com foco em agilidade operacional e descentralização de decisões.
A decisão de Filosa ocorre em um momento de crescente complexidade no setor automotivo global, pressionado por transformações tecnológicas e exigências ambientais. Segundo fontes internas, o objetivo é tornar a Stellantis mais responsiva às demandas regionais e acelerar processos decisórios. Jean-Philippe Imparato, por exemplo, assumirá a chamada “Europa Ampliada” e as marcas europeias, incluindo agora a Maserati. Na América do Sul, Emanuele Cappellano comandará não apenas a operação regional, mas também a divisão de veículos comerciais Pro One. Especialistas veem a nova estrutura como uma tentativa de equilibrar centralização estratégica com execução local, algo que outras montadoras também têm buscado. A reorganização também pode preparar a empresa para futuras expansões e alianças.
Com a nova configuração, a Stellantis alinha-se a uma tendência de grandes conglomerados industriais: dar mais autonomia regional sem perder a coesão global. A criação de cargos como o de Scott Thiele, responsável por uma cadeia de suprimentos unificada, indica um esforço por maior eficiência logística. Já Davide Mele e Ned Curic liderarão áreas críticas como planejamento e desenvolvimento de produto, com foco em eletrificação e inovação digital. A expectativa é que os efeitos da reestruturação comecem a ser sentidos nos próximos trimestres, com impacto direto na competitividade da empresa. Em um setor em rápida mutação, a capacidade de adaptação pode ser o diferencial entre liderar o mercado ou perder relevância.