Em meio a uma nova rodada de negociações diretas em Istambul, a Rússia entregou à Ucrânia um memorando com suas condições para um cessar-fogo no conflito que já dura mais de três anos. O documento mantém exigências anteriores, como o reconhecimento da anexação de 20% do território ucraniano, a retirada das tropas do país dessas áreas e a limitação de seu exército. A proposta também inclui a restauração das relações econômicas entre os dois países, caso as condições sejam aceitas, mas não menciona explicitamente a proibição da entrada da Ucrânia na Otan.
As negociações ocorreram um dia após ataques inéditos de ambos os lados: a Ucrânia destruiu mais de 40 aviões russos em bases distantes da fronteira, enquanto a Rússia realizou o maior bombardeio de drones da guerra até então. Apesar das tensões, as delegações concordaram com uma troca de prisioneiros de guerra e corpos de soldados, além de marcar uma nova reunião para o fim de junho. O governo ucraniano afirmou que analisará a proposta russa em até uma semana, mas já rejeitou demandas semelhantes no passado.
Enquanto a Ucrânia insiste em um cessar-fogo incondicional e no retorno de crianças deportadas, a Rússia recusou qualquer trégua sem a resolução do que chama de “causas profundas” do conflito. As posições permanecem distantes, com Kiev exigindo a retirada total das tropas russas e garantias de segurança ocidentais, e Moscou defendendo suas reivindicações territoriais. O impasse persiste, e o avanço nas negociações ainda parece incerto, mesmo com a retomada do diálogo direto.