Um relatório técnico apresentado na segunda-feira (23 de junho de 2025) pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ao Supremo Tribunal Federal (STF) sugere que a chamada “minuta do golpe” apreendida com Torres em 2023 difere substancialmente do documento atribuído ao tenente-coronel Mauro Cid. A análise pericial, autorizada pelo ministro relator Alexandre de Moraes em 17 de junho, destaca que enquanto a versão de Cid menciona explicitamente a possibilidade de um Estado de Sítio e medidas drásticas como a prisão de autoridades, a encontrada com Torres é uma impressão simples e carece de assinatura ou metadados. Este desdobramento lança uma nova luz sobre os eventos que cercaram o período conturbado da política brasileira, especialmente em um momento de crescente polarização e desconfiança nas instituições.
A defesa de Torres argumenta que a diferença entre os documentos pode ser crucial para entender as intenções e ações dos envolvidos na tentativa de desestabilização do governo. Segundo fontes próximas ao caso, a análise pericial não apenas questiona a autenticidade da minuta de Cid, mas também sugere que as acusações contra Torres podem não ter fundamento, colocando em xeque a narrativa oficial que rodeia o episódio. A presença de um documento compatível com arquivos legítimos e registrado em cartório fortalece a posição de Torres, enquanto as implicações legais e políticas se desenrolam em um cenário já marcado por tensões entre o Executivo e o Judiciário. A repercussão desse relatório pode influenciar o andamento de outras investigações relacionadas a eventos de 2023 e a percepção pública sobre a transparência das ações governamentais.
O desfecho desse caso pode ter consequências de longo alcance para a política brasileira, especialmente em um ambiente onde a confiança nas instituições está em baixa. Observadores apontam que a forma como o STF e outras autoridades lidam com essas revelações poderá moldar a narrativa política e as relações entre os poderes nos próximos meses. Além disso, a discussão sobre a liberdade de expressão e os limites da ação do Estado frente a crises políticas estará em foco, levando a uma reflexão mais profunda sobre os valores democráticos que sustentam a sociedade brasileira. À medida que novos desdobramentos são esperados, a sociedade civil e os analistas políticos deverão se preparar para um debate acirrado sobre a legitimidade das ações governamentais e a proteção das instituições democráticas.