Um relatório confidencial dos Estados Unidos, obtido pelo ‘New York Times’, revela que o ataque realizado no sábado (21) contra instalações nucleares do Irã não alcançou os resultados esperados pelo governo americano. Segundo o documento da Agência de Inteligência de Defesa (DIA), as estruturas subterrâneas em Fordow, Natanz e Isfahan não foram destruídas, permitindo que o Irã continue seu enriquecimento de urânio. A Casa Branca, por sua vez, nega as falhas apontadas pelo relatório, enquanto Israel acusa o Irã de violar acordos de cessar-fogo. Esta revelação contraditória coloca em xeque a eficácia da estratégia militar dos EUA e antecipa um cenário de incertezas diplomáticas.
A operação militar, descrita pelo secretário de Defesa dos EUA, Peter Hegseth, como um sucesso, pretendia incapacitar o programa nuclear iraniano por um período extenso. Entretanto, especialistas militares americanos e fontes de defesa israelenses indicam que, para ser efetivo, seriam necessárias várias rodadas de ataques. O relatório aponta que apenas danos menores foram infligidos, como cortes de eletricidade e danos a parte do maquinário, o que pode atrasar, mas não eliminar, a capacidade nuclear do Irã. A discrepância entre as declarações oficiais e as informações do relatório levantam questionamentos sobre a transparência e os próximos passos das políticas externas e de defesa dos envolvidos.
As implicações deste relatório são significativas, não apenas para a política externa dos EUA, mas também para a estabilidade regional no Oriente Médio. A persistência da capacidade nuclear irâniana pode incentivar outros países a adotar posturas mais agressivas ou defensivas, dependendo de suas alianças e interesses geopolíticos. Além disso, a credibilidade das afirmações oficiais americanas está em jogo, podendo afetar futuras negociações e a confiança entre nações. Este episódio sublinha a complexidade e os riscos associados à gestão de conflitos nucleares e ressalta a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e multilateral para evitar escaladas perigosas.