O primeiro-ministro britânico anunciou nesta segunda-feira (2) um plano de rearmamento que inclui a construção de 12 submarinos de propulsão nuclear e investimentos de 15 bilhões de libras em ogivas atômicas. A medida visa responder ao que foi descrito como uma “crescente ameaça” da Rússia, com o líder do país afirmando que o cenário atual é o mais imprevisível desde a Guerra Fria. O projeto faz parte da aliança militar Aukus, em parceria com Estados Unidos e Austrália, e busca colocar as forças armadas em estado de “prontidão para combate”.
Além dos submarinos, o plano prevê a criação de seis novas fábricas de munições, com investimento de 1,5 bilhão de libras, e a adaptação das Forças Armadas para tecnologias emergentes, como inteligência artificial e drones. O governo britânico destacou que a estratégia tem como objetivo fortalecer a dissuasão nuclear e restaurar a capacidade militar do país, que enfrenta declínio desde o fim da Guerra Fria. O anúncio reflete uma tendência europeia de aumento nos gastos com defesa, impulsionada pela guerra na Ucrânia e pela pressão dos EUA para que os aliados da Otan assumam maior responsabilidade em sua segurança.
Em discursos e artigos, o premiê enfatizou a necessidade de preparação diante de ameaças de Estados com capacidades militares avançadas, citando explicitamente Rússia, Irã e Coreia do Norte, mas evitando menções à China. A iniciativa também inclui a criação de um comando cibernético para operações defensivas e ofensivas, sinalizando uma modernização das estratégias de defesa. O anúncio ocorre em meio a esforços diplomáticos para equilibrar relações internacionais, enquanto o Reino Unido busca reforçar seu papel na Otan e na segurança europeia.