Em maio de 2023, 20,1% dos reajustes salariais negociados coletivamente ficaram abaixo da inflação, um aumento frente aos 18,2% do mês anterior, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Essa taxa é a mais alta desde setembro de 2022, quando atingiu cifras próximas a 20%. O índice utilizado como referência é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou uma inflação de 5,32% na data-base de maio. Além disso, embora a maioria dos acordos ainda resulte em ganhos reais, passando de 61,8% para 67,9%, observa-se uma queda significativa nos reajustes que acompanharam exatamente a inflação, de 20,1% para 12%.
O aumento dos reajustes abaixo da inflação pode ser atribuído ao crescente índice de inflação, que influenciou diretamente as negociações. Segundo especialistas, a pressão inflacionária tem sido um desafio constante nas negociações salariais, refletindo as dificuldades econômicas enfrentadas por diversas categorias. Enquanto isso, o cenário de negociações mostra uma leve melhora nos ganhos reais, com a média de reajustes em maio sendo de 0,78%, superior aos meses de março e abril. Este cenário revela a complexidade e a variabilidade das negociações, dependendo das particularidades de cada setor e das estratégias sindicais envolvidas, que buscam mitigar os impactos da inflação sobre os salários.
Olhando para o futuro, as previsões indicam que os reajustes necessários continuarão sendo desafiadores diante das incertezas econômicas globais. As negociações de junho, por exemplo, necessitarão de um reajuste de 5,20%, valor semelhante ao de abril, sugerindo uma estabilização momentânea da inflação. Este cenário reforça a importância de estratégias de negociação eficazes e uma vigilância constante do mercado de trabalho, para que os trabalhadores possam alcançar condições salariais justas. As tendências indicam que a dinâmica inflacionária continuará sendo um fator crítico nas discussões econômicas do país, trazendo à tona a necessidade de políticas mais robustas para fortalecer o poder de compra dos trabalhadores.