Um estudo inédito do Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef, revela que a crise na vacinação infantil no Brasil é mais crítica e prolongada do que se imaginava. O Anuário VacinaBR 2025, lançado nesta terça-feira (17), mostra que a cobertura vacinal de crianças vem caindo desde 2015, com acentuação a partir de 2020. O relatório também identifica bolsões de baixa vacinação em diferentes regiões, aumentando o risco de retorno de doenças controladas.
O levantamento aponta que, em 2023, nenhuma vacina infantil do calendário nacional atingiu a meta de cobertura em todos os estados. Em São Paulo, apenas 17 dos 645 municípios cumpriram as metas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), enquanto 108 cidades não alcançaram a cobertura ideal para nenhum imunizante. O estudo foi baseado em dados públicos do DataSUS, InfoMS, IBGE e Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, considerando doses aplicadas, taxa de abandono e homogeneidade de cobertura.
O Ministério da Saúde afirmou que reverteu a tendência de queda nas coberturas vacinais após anos de retrocesso, destacando que o Brasil saiu da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas e recuperou o status de livre do sarampo. Apesar dos avanços, o estudo ressalta desafios como a falta de infraestrutura em municípios e problemas nos sistemas de registro de dados.