Na véspera da cúpula anual da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), prevista para esta terça-feira (24), centenas de pessoas se reuniram em protestos em Haia, na Holanda, contra a aliança militar, o aumento dos gastos com defesa e uma possível escalada de conflito com o Irã. Manifestações similares ocorreram em países como Estados Unidos, França, Paquistão, Grécia e Filipinas, de acordo com a Associated Press. Em Haia, faixas com os dizeres “não à guerra contra o Irã” foram erguidas por manifestantes iranianos, em reação aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas no dia anterior. O evento, que reunirá representantes de 32 países, contará com a presença do presidente dos EUA, Donald Trump, e terá como pauta central a ampliação dos orçamentos militares dos membros da aliança.
Os protestos refletem uma crescente insatisfação global com a postura militarista da Otan e a intensificação das tensões no Oriente Médio. Segundo a BBC, os recentes ataques americanos ao Irã provocaram indignação em várias nações, com críticas à escalada do conflito entre Irã e Israel. Em cidades como Nova York e Boston, centenas de manifestantes tomaram as ruas; embora muitos critiquem o regime iraniano, também expressam oposição ao envolvimento dos Estados Unidos em mais uma guerra. Especialistas em relações internacionais alertam que a retórica belicista pode comprometer a estabilidade regional e agravar crises humanitárias em andamento. Governos europeus, embora alinhados à Otan, demonstram desconforto com a exigência de Trump por maiores investimentos militares, expondo fissuras internas na aliança.
A cúpula da Otan ocorre em um momento delicado da política internacional, com sinais de que a pressão por rearmamento poderá redefinir prioridades orçamentárias em plena recuperação pós-pandemia. Líderes como o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já manifestaram reservas quanto ao aumento de gastos, temendo impactos sociais e políticos domésticos. Analistas apontam que os protestos podem ganhar força caso a Otan adote medidas que ampliem o envolvimento militar no Oriente Médio. O debate expõe uma tensão crescente entre segurança internacional e demandas civis, num cenário em que a opinião pública se mostra cada vez mais sensível aos custos humanos e financeiros dos conflitos. A reunião desta semana será um teste de coesão para a aliança em tempos de polarização e incerteza geopolítica.