Cerca de 250 pessoas, incluindo líderes indígenas, sindicalistas e representantes da sociedade civil, protestaram nesta terça-feira (17) em frente ao hotel no Rio de Janeiro onde ocorre o 5º leilão da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O evento oferece 16 setores com blocos exploratórios em cinco bacias sedimentares, sendo 65 deles na Margem Equatorial, incluindo 47 na Bacia da Foz do Amazonas. Nicole Figueiredo de Oliveira, do Instituto Arayara, criticou a oferta de 45 blocos nesta região sem ‘análise ambiental adequada’, destacando riscos à biodiversidade.
Indígenas das etnias Tapayuna, Manoki e Parecis questionaram a rapidez do governo em mapear áreas para exploração, enquanto a demarcação de terras indígenas segue em debate no Congresso e no STF. Faixas no protesto afirmavam: ‘Exploração de petróleo não é o nosso futuro’. Paralelamente, ativistas realizaram protesto em Bonn, durante negociações climáticas da ONU, liderado pelo cacique Ninawa Inu Huni Kui, que denunciou contradições na política ambiental brasileira.
A OPC é a principal modalidade de licitação para exploração de petróleo e gás no país. O processo seguirá com etapas documentais até a assinatura dos contratos em 28 de novembro. Enquanto isso, organizações ambientais já moveram cinco ações civis públicas contra o leilão, prometendo continuar questionando a iniciativa, especialmente no contexto da COP30, que será sediada no Brasil em 2025.