A prefeitura de Jaboticabal, no interior de São Paulo, anunciou nesta segunda-feira (23) o primeiro caso de gripe aviária (H5N1) no município, detectado em um marreco-caboclo. O animal foi encontrado nas instalações da faculdade de veterinária da Unesp por uma mulher ainda não identificada, e exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz confirmaram a presença do vírus. Apesar dos esforços veterinários, a ave não sobreviveu. Em resposta imediata, a Secretaria Municipal de Saúde formou um comitê de crise para localizar a mulher e outras pessoas que possam ter tido contato com o marreco, visando monitoramento e contenção.
Este incidente ocorre em um momento delicado, pois o Brasil havia recentemente comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) que estava livre de novos focos da gripe aviária por 28 dias consecutivos, um marco crucial para retomar exportações avícolas. No entanto, como o caso de Jaboticabal envolve uma ave silvestre e não uma ave de granja, não afeta o status do país como livre da gripe aviária comercialmente. Segundo especialistas, enquanto a detecção em aves silvestres é preocupante, não deve impactar diretamente a produção de alimentos ou as exportações, mas reforça a necessidade de vigilância contínua.
O caso em Jaboticabal levanta preocupações sobre o potencial de disseminação do vírus em populações de aves selvagens e a necessidade de monitoramento rigoroso. Especialistas alertam que, apesar de ser um evento isolado, o incidente destaca a importância de estratégias de prevenção eficazes para proteger a saúde pública e a indústria avícola. O comitê de crise local planeja reforçar campanhas de conscientização sobre a gripe aviária, enquanto as autoridades aguardam mais informações sobre a possível origem do marreco infectado. À medida que o Brasil busca manter sua posição no mercado internacional, a situação em Jaboticabal serve como um lembrete da fragilidade das conquistas sanitárias recentes.