O presidente do Banco Central destacou em evento em São Paulo que a taxa básica de juros está em um patamar considerado restritivo, o que deve gerar efeitos na economia ao longo do tempo. Ele comparou a medida a um “remédio que vai funcionar”, apesar das defasagens naturais no impacto da política monetária. A comunicação clara do BC sobre o processo de desinflação foi apontada como um fator essencial para os resultados positivos nos últimos ciclos do Copom.
Em maio, o BC elevou a Selic para 14,75% ao ano, o maior nível desde 2006, em resposta à inflação persistente e às expectativas acima da meta oficial. O IPCA acumulado em 12 meses até abril ficou em 5,53%, reforçando a necessidade de cautela nas decisões. O presidente mencionou que o cenário atual exige flexibilidade, já que os indicadores econômicos podem apresentar direções distintas, como variações no mercado de trabalho, inflação e PIB.
Durante o evento, também foram discutidas as mudanças no IOF, com a ressalva de que o imposto não deve ser usado como ferramenta de política monetária ou arrecadatória, mas sim para garantir isonomia no crédito. O BC aguarda a definição final da reforma do IOF para avaliar seu impacto nas projeções econômicas. O sistema financeiro, segundo ele, continua demonstrando disposição para conceder crédito, apesar das incertezas do momento.