O presidente da República afirmou que considera naturais os atritos entre diferentes áreas do governo, especialmente em temas complexos como meio ambiente e economia. A declaração foi feita durante entrevista coletiva, em resposta a questionamentos sobre o projeto de lei que estabelece um novo marco para o licenciamento ambiental no país. O texto, já aprovado no Senado e encaminhado à Câmara, prevê a dispensa de licenciamento para atividades de baixo risco ambiental ou consideradas estratégicas.
O presidente destacou que divergências são comuns em governos anteriores e atuais, especialmente quando envolvem interesses diversos, como liberação de crédito ou orçamento. Sobre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), mencionou que a exigência nos processos de licenciamento se deve à responsabilidade legal da autarquia, evitando autorizações precipitadas que possam gerar questionamentos judiciais. Também citou a redução no quadro de servidores como um fator que impacta a agilidade das análises.
Ao comentar eventuais atrasos, o presidente ressaltou que a morosidade nem sempre ocorre por má-fé, mas pela falta de especialistas ou exigências técnicas. Reforçou que discussões entre ministérios e órgãos ambientais são inevitáveis, especialmente em projetos de infraestrutura ou energia, e que esses atritos devem persistir como parte do processo decisório.