O mercado imobiliário brasileiro registrou, pelo terceiro mês seguido, uma desaceleração nos preços dos imóveis residenciais em maio, reflexo do aumento dos juros e do encarecimento do crédito. Segundo o Índice FipeZAP, a alta mensal foi de 0,46%, abaixo do registrado em abril (0,51%), mas ainda superior à inflação medida pelo IPCA-15 (0,36%). No acumulado de 12 meses, os preços subiram 7,66%, mantendo trajetória de valorização, embora em ritmo mais lento.
A desaceleração é atribuída ao impacto da alta da Selic e à redução de recursos na poupança habitacional, que elevaram o custo do financiamento. Especialistas apontam que, no segundo trimestre, os preços devem continuar subindo, mas em patamares menores ou estáveis, devido à menor demanda causada pelas condições mais restritivas de crédito. Imóveis de um dormitório tiveram valorização mais expressiva (8,89% em 12 meses), enquanto unidades maiores subiram menos (6,08%).
Entre as capitais, as cidades do Nordeste lideraram as altas, com Salvador (20,85%) e Vitória (18,33%) no topo. Vitória também segue como a capital mais cara do país, com preço médio de R$ 13.349/m². Em maio, Goiânia e Brasília foram as únicas a registrar quedas nos preços. O levantamento abrange 56 cidades e é um dos principais indicadores do setor imobiliário nacional.