A expansão do etanol de milho como combustível no Brasil está diretamente ligada às políticas tributárias estaduais, segundo análise de um executivo do setor. Em entrevista à Forbes Brasil, o representante de uma das maiores produtoras de etanol de milho da América Latina destacou que a competitividade do biocombustível depende mais de incentivos fiscais do que de preferências do consumidor. A empresa, que processou 8,3 milhões de toneladas de milho e produziu 3,7 bilhões de litros de etanol em 2023, afirma que estados com regimes tributários favoráveis têm impulsionado o crescimento do setor.
O executivo citou como exemplo o Maranhão, onde incentivos fiscais — como crédito presumido de ICMS e diferimentos tributários — atraíram investimentos de R$ 2,5 bilhões e geraram milhares de empregos. A empresa também planeja ampliar operações em outros estados, como Mato Grosso e Bahia, onde condições semelhantes estão em vigor. Segundo ele, a falta de políticas tributárias alinhadas em alguns estados ainda favorece a gasolina, que gera maior arrecadação, em detrimento do etanol.
Além do mercado doméstico, a empresa projeta atuação em combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e navegação, mas ressalta que a viabilidade comercial desses segmentos depende de regulamentações e mandatos governamentais. Embora a produção em menor escala seja tecnicamente possível, a ausência de políticas públicas específicas adia a expansão dessas alternativas, que devem ganhar força apenas após 2030, segundo as projeções da companhia.