A expansão do etanol de milho como combustível preferencial nos postos brasileiros está diretamente ligada à política tributária dos estados, segundo José Odvar Lopes, presidente e fundador da Inpasa, maior produtora do biocombustível na América Latina. Em entrevista à Forbes Brasil, Lopes destacou que a empresa processou 8,3 milhões de toneladas de milho em 2023, produzindo 3,7 bilhões de litros de etanol, quase metade do volume nacional. Ele afirmou que os incentivos fiscais são decisivos para viabilizar o consumo interno e abrir novos mercados.
A Inpasa tem investido em estados com condições fiscais favoráveis, como o Maranhão, onde a unidade de Balsas recebeu benefícios tributários por meio da Lei nº 10.690/2017. Lopes citou que o governador local adotou medidas pró-negócios, gerando 4,5 mil empregos diretos e indiretos. A empresa também planeja ampliar operações em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, além de explorar novos mercados como combustível sustentável para aviação (SAF) e biocombustível marítimo, dependendo de regulamentações.
Embora o Brasil tenha produzido 7,7 bilhões de litros de etanol de milho em 2024, Lopes apontou entraves regulatórios para consolidar o SAF e biocombustíveis marítimos. Ele acredita que a partir de 2030, com a adoção de mandatos internacionais, esses mercados ganharão escala. Enquanto isso, a Inpasa mantém foco na expansão da capacidade produtiva, após registrar receita bruta de R$ 14,9 bilhões em 2023 e investir R$ 4,9 bilhões no setor.