O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, desistiu de concorrer à relatoria da CPI do INSS, conforme anunciado pelo líder da bancada na Câmara, Sóstenes Cavalcante. A legenda, que possui a maior bancada da Casa, agora busca garantir que o relator tenha afinidade com a direita, já que a presidência do colegiado será indicada pelo Senado, provavelmente pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governo. A definição dos membros do PL na CPI deve ocorrer na próxima semana, com nove parlamentares disputando cinco vagas.
A CPI do INSS, proposta pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), investigará cobranças ilegais feitas por entidades conveniadas ao INSS, que subtraíram mais de R$ 6 bilhões de aposentados entre 2019 e 2024. O governo, inicialmente contrário à CPI, mudou de postura e conseguiu adiar os trabalhos para o segundo semestre, buscando reorganizar sua base aliada.
Enquanto isso, o Ministério da Previdência lançou um sistema para consulta de descontos indevidos e bloqueou R$ 2,5 bilhões de entidades suspeitas. A CGU e o TCU também investigam o caso, que se tornou um passivo político para o governo, já que parte dos contratos irregulares foi firmada durante a gestão Bolsonaro, mas permaneceu vigente no primeiro ano do atual governo.