A Procuradoria Geral da República (PGR) arquivou uma queixa-crime contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por declarações em que afirmou ter tido vontade de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A fala ocorreu em março de 2025, durante um evento da Fecomércio no Amazonas, dias após a participação da ministra em uma sessão da CPI das ONGs no Senado. O pedido de investigação foi feito pela deputada Luciene Cavalcanti (Psol-SP), que classificou a declaração como violência política de gênero.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou que não há elementos para prosseguir com a investigação, argumentando que a fala, apesar de seu “aparente cunho ameaçador”, foi feita fora do contexto da CPI e não configurou crime de constrangimento ilegal. Gonet destacou que, para caracterizar ameaça, seria necessária a manifestação da vítima, o que não ocorreu, e que a conduta não se enquadra como ação penal pública incondicionada, por não ter motivação de gênero ou contexto de violência doméstica.
A deputada Luciene Cavalcanti criticou a decisão, afirmando que recorrerá por considerar a análise da PGR “equivocada”. Ela defende que a fala do senador incita a violência e evidencia a misoginia na política. Plínio Valério, por sua vez, comemorou o arquivamento no X (ex-Twitter), afirmando que a decisão “derruba a narrativa de misoginia” e que suas críticas à ministra são relacionadas à atuação dela “contra o povo do Amazonas”.