A Polícia Federal (PF) identificou que um esquema de espionagem ilegal operado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro monitorou 1.796 telefones entre fevereiro de 2019 e abril de 2021. As investigações sobre a chamada ‘Abin Paralela’ apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era o ‘centro decisório’ do sistema, conforme documentos obtidos pela PF.
Segundo a PF, 34 credenciais do programa israelense First Mile foram utilizadas para rastrear os aparelhos, resultando em 60.734 consultas ilegais. O relatório final da investigação destaca que o ex-presidente definia pessoalmente os alvos da vigilância, que incluíam autoridades políticas, jornalistas e até aliados do governo.
A defesa de Bolsonaro, procurada para se manifestar sobre as acusações, não respondeu até o fechamento desta reportagem. O caso, que está sob sigilo judicial, pode resultar em novas denúncias contra o ex-presidente e colaboradores diretos envolvidos na operação clandestina.