A Polícia Federal indiciou 37 pessoas acusadas de integrar um esquema de espionagem ilegal que utilizava a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os indiciados estão o próprio Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro e o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. O relatório, com mais de 800 páginas, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aponta monitoramento de ministros, políticos, jornalistas e servidores da Receita Federal.
A investigação revelou que o esquema teria sido usado para monitorar opositores e proteger aliados políticos do ex-presidente, com métodos como rastreamento de localização por ferramentas clandestinas e levantamento de dados sigilosos sem autorização judicial. Entre os alvos estavam auditores que investigavam o senador Flávio Bolsonaro no caso da ‘rachadinha’ na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Os interrogatórios dos réus começaram nesta segunda-feira (16) na Primeira Turma do STF, sob comando do ministro Alexandre de Moraes. A lista de indiciados inclui ainda o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, e o diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, entre outros servidores e agentes públicos.