A Polícia Federal (PF) identificou o uso irregular do programa de vigilância FirstMille pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades brasileiras e paraguaias, conforme revelado nesta semana durante investigações do inquérito ‘Abin Paralela’. Os registros analisados apontam que o software, capaz de rastrear celulares em tempo real, foi empregado em operações sem autorização judicial.
As buscas realizadas por agentes da Abin no FirstMille despertaram suspeitas após a PF encontrar indícios de espionagem contra o governo do Paraguai. Embora o software não tenha sido utilizado diretamente na invasão de sistemas paraguaios – que envolveu ferramentas como o Cobalt Strike –, ele teria subsidiado operações anteriores que facilitaram a ofensiva.
A investigação apura ainda se as ações da Abin violaram leis nacionais e tratados internacionais, com possíveis repercussões diplomáticas. A PF já coletou provas técnicas e depoimentos que serão encaminhados ao Ministério Público Federal para análise de responsabilidades.