A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar opositores durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), caso conhecido como ‘Abin paralela’. Entre os indiciados estão o ex-presidente, o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), totalizando mais de 30 pessoas. A investigação também atingiu a atual gestão da agência, incluindo o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois da Abin, Alessandro Moretti.
O inquérito aponta que a Abin foi utilizada para espionagem ilegal com fins políticos e pessoais, beneficiando Bolsonaro e sua família. A PF identificou um ‘conluio’ entre a gestão atual e a anterior para ocultar os monitoramentos ilegais. Em outubro de 2023, a Operação Última Milha revelou o uso do software FirstMile, empregado 60 mil vezes entre 2019 e 2023, com pico em 2020, ano de eleições municipais.
Em janeiro de 2024, a Operação Vigilância Aproximada realizou buscas nos endereços de Alexandre Ramagem. Corrêa, que já comandou a PF no segundo mandato de Lula (2007-2011), é considerado nome de confiança do PT. O caso continua sob investigação, com desdobramentos que envolvem ambas as gestões da Abin.