A Polícia Federal (PF) concluiu nesta terça-feira, 17, o inquérito sobre o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar opositores durante o governo de Jair Bolsonaro. Entre os indiciados estão o ex-presidente, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O caso, conhecido como ‘Abin paralela’, investigou a existência de um núcleo dentro do órgão que supostamente atendia a interesses políticos da família Bolsonaro.
Carlos Bolsonaro reagiu nas redes sociais, questionando o timing do indiciamento, que ocorre após sua manifestação sobre uma possível candidatura ao Senado em 2026. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou o caso como ‘perseguição’. Por outro lado, políticos governistas celebraram a decisão da PF. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a ‘Abin paralela’ fazia parte de uma ‘estratégia golpista’ para minar a democracia.
A PF apontou ainda que a atual gestão da Abin, sob comando de Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Lula, teria agido em conluio com a direção anterior para ocultar os monitoramentos ilegais. Entre as vítimas da espionagem estariam ministros do STF, ex-governadores e parlamentares. O caso inclui o uso do software First Mile, que rastreou celulares sem autorização judicial. Bolsonaro e Ramagem também são réus no STF por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.