A Polícia Federal (PF) incluiu três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre uma suposta estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo documentos da PF, a agência teria atuado ilegalmente em benefício do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do vereador eleito de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan (PL). O ex-presidente não se manifestou sobre o caso, mas já negou anteriormente a existência de espionagem ilegal. A Abin afirmou que os fatos ocorreram em gestões anteriores e que está à disposição das autoridades.
As investigações revelam que a suposta rede paralela usou o software FirstMile para monitorar autoridades do Judiciário e Legislativo, além de jornalistas e um ex-presidenciável. Entre os alvos estava o senador Alessandro Vieira, que havia solicitado a quebra de sigilos de Carlos Bolsonaro na CPI da Covid. Diálogos interceptados pela PF mostram que integrantes da estrutura combinavam marcar o vereador em postagens com fake news contra adversários políticos.
A PF também identificou um áudio de 2020 em que Bolsonaro, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o ex-ministro Augusto Heleno discutiam o caso das ‘rachadinhas’ envolvendo Flávio Bolsonaro. Segundo as investigações, Ramagem sugeriu medidas contra auditores da Receita Federal para prejudicar o inquérito. Além disso, a estrutura paralela teria sido usada para produzir provas favoráveis a Jair Renan, alvo de um inquérito por tráfico de influência, posteriormente arquivado.